quarta-feira, 15 de novembro de 2006

EPISÓDIO 22 - LOKINHO,O DESAPARECIDO



Já fazia algum tempo que o Lokinho não fazia nenhuma merda, estava estranho, isso não era normal. Mas ele voltou em grande estilo.
O Dunga fez um aniversário na casa dele e só convidou guri bom: Chicuta, Jorginho, Rebelo, Michara, Janico, Pizzetti, Lokinho, Madeira, do Rio, Marcelinho... A festa estava rolando dentro da normalidade quando tragicamente algum desavisado esqueceu um litrão de conhaque Jurubeba(O conhaque do milagre) perto do Lokinho.Depois de beber a garrafa inteira sozinho nem o Papa conseguiria me salvar de virar babá do cú de cana naquela noite.
Quando acabou o goró na casa do Dunga fomos para uma festa de igreja que estava rolando na pracinha da Próspera. Eu o Rebelo e o Jorginho tivemos que ir arrastando o Lokinho pois o desgraçado nem conseguia mais andar.Depois de uns cinco minutos eles disseram que iriam buscar uma Skol para mim e já voltavam.Não sei porque eu ainda acreditava no Jorginho e no Rebelo...É claro que eles não voltaram mais e eu fiquei lá sozinho e de boca seca cuidando para o Lokinho não se enfiar embaixo de algum caminhão.Depois de um tempo apareceu lá uma menina que eu estava ficando chamada Vanessinha e não sei porque eu esqueci totalmente do Lokinho.Ao lado da casa da Dheime tem um matagal que mais parece a floresta úmida equatorial e como o Lokinho estava com vontade de mijar eu levei ele lá para dar uma aliviada e voltei para continuar conversando com a gata.Mas o problema é que a Vanessa é muito linda e eu acabei esquecendo do Lokinho lá na floresta,quando olhei novamente ele já tinha sumido.
O resultado foi que ao invés de ficar a festa inteira beijando na boca eu e ela ficamos a noite toda procurando o cachaceiro do Lokinho. No final da festa,quase amanhecendo,encontrei o bebum estarrado na grama,bem no final da praça.Ele caiu naquele mato alto e não conseguiu mais levantar,só acordou umas duas horas depois com o cabelo cheio de carrapicho,todo mijado e com a roupa cheia de lama.Enquanto isso o Rebelo e o Jorginho estavam lá bebendo.Com amigos assim quem precisa de inimigos?

domingo, 12 de novembro de 2006

EPISÓDIO 21 - REBELO E INHA, O ROMANCE!


Quando eu era pivete passava na TV um seriado americano chamado “Casal 20”!, era um cara boa pinta e uma gata que faziam altas aventuras,pegavam bandidos e tal,super cool.Pois bem, a nossa cidade também conheceu um casal assim,só que ao inverso:Um cara feio e uma mulher horrorosa que só faziam vergonheira.Era o Rebelo e a Inha, o “Casal -0”.
O Rebelo sempre foi o maior cachaceiro da galera,entornava todas mesmo com a naturalidade de quem estava tomando água mineral sem gás depois de uma maratona.Teve até uma vez que o Peninha apostou uma grana que ele não conseguiria virar uma garrafa de cerveja sem parar nem para respirar,o pé cagado tomou e ainda pediu mais,e era Belco,quente!!!
Mas se cú de bêbado não tem dono,coração também não,sendo assim em uma bela noite de lua cheia Rebelo,após tomar sozinho um litro de Katyucha, olhou nos olhos embaçados de Inha e se apaixonou perdidamente pelas formas rechonchudas e pela banha querendo pular para fora da calça da mulata.Convém aqui lembrar que a Inha foi a menina mais escrota que baixou aqui por estas plagas,mas Rebelinho,cego pela paixão e pelo álcool,olhava para ela e enxergava a Luana Piovani.
O romance dos dois teve inúmeros casos de loucura e paixão,como a vez em que o Rebelo perdeu a virgindade na minha banheira de hidromassagem,que eu nem sequer havia usado,ou quando ela num momento de insanidade,coisa que frequentemente acontecia,se atirou no chão do terminal central,que estava lotado,em um sábado de carnaval.Seria trágico se não fosse cômico!
Mas essas histórias infelizmente eu não posso contar pois o nosso herói,como diria o Bial,é hoje um homem muito bem casado e o casamento dele não pode terminar.Afinal de contas o inverno esta aí e como ele é um ótimo carneirinho,mandadaço pela mulher,vai fornecer lã para toda a rapaziada.
O romance de Rebelo e Inha, o casal mais feio da história mundial, terminou quando por um acaso do destino o Rebelo ficou sem beber por dez minutos e num momento de lucidez viu que estava de mãos dadas com aquele monstrinho, desmaiando na hora de susto. Logo depois ele se embebedou novamente e quis voltar,mas nós, os amigos fiéis dele, não deixamos e o poupamos de mais um vexame.

EPISÓDIO 20 - O TIME DO ALPISTE


Tinha um time no Bairro Brasília que fazia a cabeça de todo mundo, era uma verdadeira droga. O nome era time do Cizo e faziam parte de lê craques de renome mundial como:Rebelo, Pizzetti, Serginho mil posições e principalmente,Popeye, O Zidane brasileiro,o único centroavante na história do futebol mundial que nunca fez sequer um gol.O técnico do time era o Cizo,que tinha uma bodega estilo cabeça de porco no Bairro Argentina.Sabe aqueles botequins que tem uma imagem de Santa pintada nas paredes do fundo?E no lugar de um dos olhos da santa tinha uma barata daquelas bem cascudas, amassada pelo proprietário a mais de uma década. O prêmio pelas vitórias era uma perna de salame pra cada jogador.
Dizia o Cizo que o verdadeiro nome do time era time do alpiste, pois os jogadores só jogavam Under Influence e todo jogo tinha um caso de overdose.
O transporte para os jogadores do time do alpiste sim é que era coisa de primeiro mundo, todos tinham que se espremer em três fuscas velhos, e claro que o lamamóvel não iria se furtar a essa nobre missão de levar o time para mais uma derrota humilhante. Desta vez o jogo seria em um buraco qualquer de Urussanga e o Rebelo já havia preparado o fusca,o turbinado já estava em frente ao bar esperando para levar o plantel com todo o desconforto e insegurança que só o lamamóvel poderia proporcionar.Mas tinha um detalhe:ele sempre saia escondido para ninguém ver,senão teria que nos levar também,afinal nós não poderíamos perder a chance de ver o time do alpiste jogar,aquilo era melhor que ver o chaves chapado,a tarde.Muito engraçado ver aqueles pernas de pau perderem jogo após jogo.
Quando ele nos viu chegando foi correndo trancar o possante mas o carro era nosso amigo e nos deixou arromba-lo enquanto o seu dono estava recebendo o bixo pelo brilhante empate frente ao time do Lar para Mongolóides pernetas de São Ludgero.Quando ele saiu do muquifo já estavam dentro do carro eu, o Lokinho, o Jorginho e o Michara e não teve jeito,teve que nos levar,foi emburrado até Urussanga.
O jogo correu bem e o resultado foi o esperado:Time do Cizo 0x10 contra o time das freiras Débeis mentais.Antes do jogo acabar já estávamos dentro do carro novamente,senão era capaz do Rebelo nos deixar na pernada ali naquele buraco esquecido por Deus.
O Rebelo,pondo para funcionar o cérebro de ervilha dele,resolveu vir pela SC e passar em frente a policia rodoviária. Agora imaginem só, o policial lá na dele,paradão,louco de ódio por estar trabalhando em um domingão de sol,quando de repente ele avista um fusca velho,caindo aos pedaços,com cinco caras visivelmente bêbados dentro!Claro que ele não iria deixar passar essa,resolveu tirar todo o recalque e raiva por aquela vidinha de merda dele em cima da gente.Quando ele descobriu que o Rebelo nem carteira tinha,o negócio que já era ruim,piorou bastante.
Mas por incrível que pareça,por um daqueles milagres que nos fazem acreditar na existência de um ser superior(juntamente com a existência da Ana Paula Arósio),o chave de cadeia nos deixou passar sem nem olhar dentro do carro,nós nem descemos. Ainda bem porque o lamamóvel só funcionava na ligação direta, era uma faca de passar manteiga, aliás, manteiga não, margarina, que pobre nem sabe o que é manteiga, que fazia as vezes de chave e ignição!

EPISÓDIO 19 - A FUGA DAS BECAS



Depois de sair da Batista passei a morar em um dos melhores bairros de Criciúma,um lugar muito bem policiado,afinal a policia não sai daqui,reduto da mais alta sociedade criciumense,a Disneylândia da cocóia: Bairro Argentina.Não satisfeita com toda a confusão criada na Batata a galera continuou,com a minha anuência é verdade,a tocar o puteiro na argentina e rolaram vários episódios interessantes, como: as fotos de cueca,o Rebelo e Jorginho G.I.Joe, o Homem invisível,a festa de aniversário em que a Dheime soprou tudo,a vez em que eu falei com um ursinho de pelúcia e o urso respondeu e muitas outras que infelizmente não posso contar aqui sob o risco de apanhar do pessoal e ainda ser expulso de casa.
Mais ou menos nesta época a mãe do Jorginho comprou uma casa no Campo Bom e ele,muito inocente, nos convidou para passar o fim de semana lá.Foi um erro...
-PERSONAGENS PRINCIPAIS: Dona Bernarda e as Becas.
-PERSONAGENS COADJUVANTES: Chicuta,Rebelo,Jorginho,Lokinho,Neném,Dez Real e Pizzetti.
GATINHAS: Vanessa,Deime e Liliane.
HISTÓRIA REAL: Tudo corria maravilhosamente,eu diria até estranhamente bem, quando o Rebelo resolveu ter umas das brilhante idéias de jerico dele:Fazer um luau a beira-mar.
Pessoas normais,com todos os neurônios intactos, fariam uma bela festa,com umas cervejas,vinho seco,frutas,um violão,umas gatinhas dançando o ula-ula e tudo o mais que um luau deve ter,mas nós não,tínhamos que fazer cagada.Arrumamos um garrafão de cinco litros de vinho sangue de boi outro de conhaque São João da Barra e madeira em quantidade suficiente para assar umas trinta Joanas Dar’c.Colocamos os carros na beira da praia tocando rock no último volume e ficamos lá enchendo a cara e falando merda.
Quando a fogueira foi acesa a claridade foi tanta que mais parecia a festa de inauguração do sol,o fogo estava iluminando desde Paulo Lopes até a Barra Velha.Empolgados com a proeza todos os homens, como se fosse alguma tribo de índios cachaceiros, tiraram as bermudas e ficaram dançando em volta do fogo só de cuecas.Enquanto isso o Pizzetti pegou uma tarrafa e começou a tarrafear para ver se conseguia pegar algum peixe para assamos naquela fogueira dos infernos.Detalhe:Ele estava tarrafeando na areia!
Mas no meio da festa,na hora em que estávamos mais empolgados,aconteceu a fatalidade,a fogueira apagou.Havia acabado a madeira,o que fazer?Ir para casa dormir?Rárárá,é claro que não.Nos reunimos e num gesto de coragem extrema tomamos uma atitude ousada,quase suicida e com toda a certeza burra:Mandar Rebelinho,o destruidor, procurar mais madeira.Após uma hora ele ainda não havia voltado e todos achávamos que ele havia tido a brilhante idéia de ir buscar a madeira em Criciúma,de fusca.Mas eis que chega ele com uma quantidade de madeira que daria para construir a nova mansão do Bill Gates.
A festa continuou e finalmente o sol nasceu,sinal para todos os vampiros e seres noturnos recolherem-se as suas tumbas.A nossa era uma casinha que tinha do lado da casa principal no Campo Bom.Antes de dormir o Rebelo ainda teve tempo de destruir a cama e ficamos todos rindo com as cabritas da Dona Bernarda balindo,o Binho sismou que elas estavam chamando por ele e não queria deixar ninguém dormir.
09h00minhs da manhã: Fomos acordados com os gritos da Dona Bernarda.Terremoto?Maremoto?O Bush estava atacando o Campo Bom?Proibiram a cerveja?Que grande tragédia teria se abatido sobre aquela casa e que estaria motivando tanto estardalhaço?
Apurando mais os nossos ouvidos cheios de areia conseguimos entender o que a Dona Bernarda gritava:”-Jorginho,as cabritas Jorginho!”Até hoje ela não sabe e espero que ninguém conte mas o Rebelo havia arrancado toda a cerca para colocar na fogueira.Ainda hoje existem umas becas selvagens perdidas pelas dunas do Campo Bom.Elas não tem medo de nada, só do Rebelo

EPISÓDIO 18 - A VOLTA





Após fazermos tanta zona na Linha Batista os vizinhos já não estavam felizes com a minha permanência na pacata localidade e já estavam me olhando de um jeito que denotava um misto de ódio e uma vontade louca de trucidar todos aqueles maconheiros vagabundos que estavam comendo as filhas deles.
Em outra festa estávamos eu, O Ramiles Dick Vigarista e um monte de mulheres esperando a chegada do resto da vagabundagem e ouvindo Dead Kennedys no talo quando ouvimos uma estranha movimentação do lado de fora.Rapidamente o nosso mocó foi cercado,tinha um cara em cada porta ou janela da casa,todos armados com Dozes e trinta e oitos reluzentes,e encapuzados.Isso foi o resultado de muitas brigas que arranjávamos na Batata Night Power.
Foi a gota d’água e a vizinhança fez um abaixo assinado para me tirar dali.Até hoje quando nasce um pivetinho muito encapetado lá na Batista eles colocam o apelido de Chicuta.
É a vagabundagem fazendo história!

domingo, 5 de novembro de 2006

EPISÓDIO 17 - EU FUI COM O JÔ


Eu como sou um cara bonito,lindo e sensual comecei a descabaçar todas as meninas da Batata,a casa vivia cheia de mulheres,causando assim uma grande inveja no Rebelo e o extremo ódio dos pais das meninas.Uma delas se chamava Silvana,loirinha,bonitinha e putinha. Eu estava ficando com ela e como estava na pernada fui obrigado a chamar o Jô,vulgo traíra, que tinha carro para sair conosco.Claro que eu não iria levar o cara para ficar segurando vela e empatar a minha foda então convidei a Liege,vulgo A Louca, para ir também,mas quem conhece a Liege sabe que o Jô não ficou muito feliz em ter que passar a noite toda ouvindo aquela doente falando merda no ouvido dele.Tudo correu muito bem,o serviço foi feito no mais alto padrão Chicuta Enterprises de qualidade,e todos ficaram felizes,pelo menos eu a vadia e a louca.Mas na empolgação eu esqueci de um detalhe muito importante, a Silvana é provavelmente a maior Maria Gasosa já vista neste lado do planeta...
No outro dia estávamos eu , o Rebelo, o Binho Dez Real e o Marcelinho lá em casa,tomando duas bebidas de alto poder energético e elevado poder cú de canistico: Maracujazinho e Coquinho,bebidas de alto padrão internacional,importadas das plagas de Treze de Maio,feitas com a mais pura água de mina e as duas proibidas pela ONU,como armas químicas de alto poder destrutivo.
Bom,sem mais nem menos, a Louca da Liege aparece gritando “-Chicuta, a Silvana ficou com o Jô”.Em uma situação normal eu teria deixado a vadia dando para o traíra sossegada,mas com dois litros de maracujazinho e coquinho no cérebro me aconselhando eu me transformei naquele ser ignominioso e desprezível “O CORNO DO MATO”. (Aquele que quer matar todo mundo),peguei uma arma de última geração que eu tinha na gaveta,um estilete que o Lokinho havia roubado no Angeloni, e fui para lá lavar a minha honra com sangue.Mas as duas bebidas acima citadas não só são péssimas conselheiras como também são péssimas para a coordenação motora, e no afã de esquartejar o Jô acabei cortando a minha própria mão!
Depois de perder noventa por cento do sangue que tinha no corpo consegui convencer o Dez Real a me levar para o hospital onde fui muito bem costurado pela competente equipe médica da emergência do São João Batista,estava tão bêbado que nem senti nada,acho que nem deram anestesia.
Como era dia primeiro de Maio,dia do trabalho,eu que até então sempre havia sido vagabundo,fui festejar no Baile da Canguru,com a mão enfaixada e tudo e cheio de antibiótico no corpo. Lá encontrei o Rebelo e o Marcelinho,os dois com copos de vodka na mão,extremamente preocupados com a minha saúde.Ainda não tinham conseguido parar de rir e ficavam cantando:”Eu fui com o Jô,fui com o Jô...” Ao som de “Want to be love” do Bob Marley.Filhos da puta.
Mas de qualquer forma eu acabei lavando a minha honra com sangue,o meu sangue!

EPISÓDIO 16 - A LENDA DO ANDRÉ


Em outra vez que fui a São Paulo encontrei com um primo meu que precisava urgentemente sair da cidade, ele tinha catado grilo com a namorada de um traficante e o cara queria fazer uns buraquinhos nele. O jeito foi trazê-lo para Criciúma.Bom quem me conhece sabe que eu não sou exatamente o Brad Pitt brasileiro,aliás nem o Brad Pitt etíope,portanto um primo meu não deve ser lá muito bonito,pra falar claramente o cara era bem feinho,dava dó, mas se achava o máximo,para todos os lugares em que íamos ele dizia que todas as mulheres do lugar estavam olhando para ele.Se passasse alguma gata olhando para uma pedra no chão ele dizia “-Olha lá Rebelo,ela tá olhando pra mim,tá no papo”.Nunca vi ninguém tomar tanto fora na vida.
Teve uma sexta que eu, o Marcelinho, o Rebelo e o André fomos para o Ideal de Forquilhinha, o paraíso dos arrozeiros. Lá o André ficou com uma menina que digamos assim...era desfavorecida fisicamente,ou seja,barangaça mesmo,dragão de Komodo, jaburu real, mais feia que a Biscoito da escolinha do professor Raimundo.Por incrível que pareça aquela criatura horrenda era noiva e o noivo dela chegou bem na hora e viu os dois agarrados,parecendo dois carrascos em dia de tempestade.Bom ele não ficou muito feliz com a situação,afinal ser traído por aquela baranga realmente não deve ter sido muito agradável, mas o fato foi que o pau fechou dentro do Ideal.Na hora da bronca o cara estava sozinho e apanhou que nem o Maguila naquela luta contra o Hollyfield e o Rebelo ainda jogou o infeliz por cima do balcão do bar.Mas quando estávamos saindo de fininho eu fiquei por ultimo e por um motivo que não consegui entender na hora,eu caí de costas no chão,bom cair de costas no chão para mim não era uma novidade,pois estava sempre muito louco,mas só daquela vez eu caí porque tinha tomado uma rasteira.Os arrozeiros tinham se unido e estavam me chutando,o único cara que tinha visto a tragédia tinha sido o André,mas ao invés dele me ajudar a sair do massacre ele saiu correndo atrás do rebelo e ficava gritando”-Rebelo...Chicuta...chão...dez caras...Rebelo...Chicuta...chão...dez caras...
Minha sorte foi que o Marcelinho e o Rebelo, dois caras treinados em artes marciais da Brasília, mortais até sem armas nas mãos, vieram me ajudar e nós conseguimos sair vivos dali!

EPISÓDIO 15 - DANDARA, A GATINHA


Enquanto eu morava na Batista sempre ia a São Paulo e deixava a casa na mão do Lokinho (é eu sei, não era muito inteligente), do Rebelo e do Jorginho, só Deus ou o diabo sabem o que eles aprontavam enquanto eu estava fora, mas uma das muitas histórias eu me vejo aqui na obrigação de contar, pelo menos para me vingar.
A Galera era muito amiga de uma mocinha inocente que morava em frente à figueira, chamada Dandara. Era uma moça diferente,não porque não fosse delicada e feminina,mas sim porque tinha um pau maior do que o meu.Quando eu viajava já deixava a geladeira e os armários vazios,senão o preju era grande porque o Lokinho é o maior boto da face do universo conhecido.Mas dessa vez eu, desavisadamente,deixei uma lata de leite condensado na porta da geladeira.A história a seguir é espantosa,proibida para menores,portanto se você tiver menos de setenta e dois anos favor pular para o próximo capitulo.
Dandara estava muito solitária em casa quando avistou uma grande aglomeração em frente a sua casa. Era uma reunião da redação do Jornal da figueira,estavam lá:Jorginho gateado,Lokinho,Rebelo,Tatu,Jamerson,Pepão,André e mais uns dez loucos.Com o rabicó já piscando ao ver tantos homens juntos ela desceu e foi convencida a ir até a minha casa ouvir a décima sinfonia de Beethoven e ver uma fita com a mais nova apresentação do Bob Marley em um show com o Renato Russo.O que aconteceu lá eu não vi,mas pelo que me contaram foi digno de uma fita do Buttman. Não precisa ter muita imaginação, quinze caras, uma bichinha e uma lata de leite condensado...

EPISÓDIO 14 - A PONTE ASSASSINA


Em outra festa na Batata o Ramiles deu a brilhante idéia de irmos a uma festa de igreja na Linha Torrens, e a anta do Rebelo topou, mas ele cometeu um erro fatal, ao invés de colocar sete pessoas no fusca, como o lamamóvel estava acostumado, ele colocou oito cabeças dentro do carro, o lamamóvel não poderia deixar de se vingar.
A Linha Torrens é aquele tipo de lugar que nunca vai constar de nenhum mapa, nem o Google Earth consegue achar, como o Judas já havia perdido as botas na Linha Batista na Linha Torrens ele perdeu as meias. Para chegar até lá é preciso atravessar umas dez pontes,em estrada de terra, e oito pessoas acéfalas dentro de um fusca velho são capazes até de atravessar uma ponte,talvez até duas mas dez...nunca, e ainda por cima com o Rebelo de piloto,encharcado de Katyucha.
A anta até que estava indo bem, apesar de ter sete co-pilotos, igualmente bêbados, falando no ouvido dele e dando opinião o tempo todo, enquanto um falava para entrar a direita o outro falava para entrar a esquerda e eu terceiro ainda dizia para ir reto, por dentro do milharal..Mas o fusca,muito sacana, entro de camanga com uma das pontes e a desgraçada mudou de lugar bem na hora em que o Rebelo estava passando e o carro ficou pendurado,com duas rodas no ar e duas na ponte.Imagina só oito pinguços dentro de um fusca pendurado em uma ponte com medo de cair na água!Dizem que o Pizzetti naquele dia perdeu até um dente!Obviamente só dava para sair por um lado e aos poucos, com muito cuidado, todos foram saindo, mas o Lokinho e o Jorginho, que eram os mais barrigudos, não puderam sair porque estavam servindo de contrapeso, se saíssem o carro caia. E chamar a polícia não dava,senão ia todo mundo preso pois a galera só andava premiada.Mas não se sabe como conseguiram puxar o lamamóvel para a estrada novamente.
Eu, que sou um cara esperto, neste dia fiquei em casa com a minha namorada (Tá bom vai, ela não me deixou ir). Portanto todos os fatos aqui relatados são de autoria e responsabilidade do Sr. Rebelo, que como todos sabemos não é a pessoa mais confiável do mundo.

EPISÓDIO 13 - O FUCA DO REBELO



Com o tempo o Rebelo,entre uma caixa de Skol e outra, economizou uma grana,porque vivia me sugando,e comprou um fusca branco,mais conhecido como Lamamóvel. O suposto carro tinha hábitos estranhos,como:A cada dia que funcionava ficava três parados e também só andava com no máximo cinco reais de gasosa,se puséssemos seis reais o desgraçado já enguiçava no meio da estrada.
Normalmente um carro para andar,além da parte mecânica, precisa de um motorista,mas o lamamóvel inovou,e ainda hoje é o único carro que funcionava com dois motoristas.Indo para uma festa lá na Batata o fuca estava com a lotação normal em que geralmente andava:Sete pessoas.Ou melhor,sete heróis,porque para andar naquela lata velha tinha que ter muita coragem.
No meio da estrada, numa escuridão dos infernos, o cabo do acelerador estourou e a única solução seria abandonar o carro ali e ir à festa a pé ou arranjar alguém louco o suficiente para ir lá atrás, pendurado, acelerando manualmente. Como era na ida os cabeções queriam chegar o quanto antes para começar a encher a cara.Neste momento,por algum motivo insondável, todos olharam para o Lokinho.Como o Lokinho nunca foi um cara que se notabilizou por ter um Q.I. muito alto ele aceitou.
Esse era o lamamóvel, seis antas dentro e uma fora!

sábado, 4 de novembro de 2006

EPISÓDIO 12 - MADEIRA, O GRAN CHEF!


Essa história de voltarmos muito loucos do Rock um dia ainda iria acabar dando merda,quem procura cabelo em ovo um dia acaba achando...Já debilitados mentalmente eu, o Rebelo, o Jorginho e o Madeira chegamos em casa, vindos da Casa do Rock, com aquela fome que só quem já tomou uma caixa de Belco sozinho conhece.O Cara é capaz de comer até coxinha de rodoviária e ovo cor de rosa.
Na geladeira,como sempre,só tinha bebidas e um quilo de lingüiça,daquelas redondinhas,a mais palhona de todas.O Madeira disse para deixar com ele que ele era o cozinheiro mais famoso deste lado do mundo,era o tal.Enquanto ele fritava a gororoba nós ficamos assistindo “Diário de um Adolescente” no vídeo,não sei por que aquele filme nos chamava tanta atenção....Mas a fome era muita e fomos lá ver como o Madeira ia se saindo com a lingüiça.
JORGINHO- Ô Madeira, esse bagulho tá meio branco.
MADEIRA- É Assim mesmo,é lingüiça de frango.
REBELO- Mas tá com um cheiro esquisito.
MADEIRA- Que cheiro esquisito o que, é o teu nariz que tá estragado.
CHICUTA- E esse espumeiro que tá fazendo na frigideira.
MADEIRA- O Azeite de soja quando entra em contato com a gordura da lingüiça cria esta espuma,ela serve para deixar a coisa mais crocante,você não sabe por que é burro!É ciência!
Ele acabou de fritar e apesar daquela espuma meio escrota a lingüiça estava deliciosa,muito boa mesmo,o Madeira sempre foi entendido na lingüiça.
No outro dia minha mãe chegou para limpar minha casa e perguntou:- Cadê aquela frigideira que estava aqui na pia? Eu falei que estava dentro do fogão e ela perguntou se eu havia usado, eu, na mais pura inocência disse que tinha usado para fritar lingüiça.Ela pegou a frigideira olhou e disse:-Mas olha aqui,ainda esta cheia de detergente,eu tinha deixado aqui em cima da pia para lavar hoje,cheia de detergente dentro para sair a gordura!
Que eu saiba até hoje ninguém teve nenhum efeito colateral mais grave,só o Rebelo que além de ficar meio careca também ficou meio viadinho,mas isso provavelmente foi aquela viagem que ele fez a Pelotas a Trabalho.
Digam o que disserem, mas aquela foi a melhor lingüiça que eu já comi na vida. Então esta é a minha dica de culinária de hoje:Lingüiça ao molho de detergente de limão,receita do Grande Chef Madeira!

EPISÓDIO 11 - A PORQUINHA


Antes de partirmos para a Casa do Rock eu e o Rebelo passávamos na minha casa para tomar o “esquento”, que consistia em umas dez doses de Whysky, do bom, paraguaio genuíno.Nesse dia estava conosco o Madeira,que nesta época ainda tinha cabelo, coisa rara de se encontrar na cabeça dele hoje em dia.Depois de dez doses daquela coisa já chegamos no Rock pra lá de Marrakesh e com mais umas vinte doses do nosso veneno nosso estado já não era tão bom(ou seja,estávamos normais).
Na volta o Rebelo ligou o piloto automático e conseguimos chegar são e salvos lá em casa.Eles foram embora e como no verão o calor na Linha Batista é senegalesco resolvi dormir pelado (Peço por favor para a macharia não me imaginar dormindo pelado neste momento...) Mas na estrada,às cinco da manhã,eles encontraram uma garota conhecida da galera, muito pura e inocente,realmente uma menina de família que atendia pelo cândido nome de Porquinha ,amigadas também puras Vesguinha e Bichinho.Ela, sendo tão pura como era,concordou, após cinco segundos de papo, a dar para os dois, ao mesmo tempo!Fizeram meia volta e guiaram o turbinado lá para casa, que era uma zona tão grande que não tinha nem chave na porta,era só abrir e entrar.Quando eu vi a Porquinha,aquele poço de santidade,aparecer na minha casa, as cinco da manhã,já pensei:Oba suruba!!!!!E saí peladão da cama,correndo.Não sei se sou tão feio assim mas o fato é que a garota se assustou tanto que saiu correndo para dentro do carro e não quis mais dar para ninguém.Empatei a foda do Rebelo e do Madeira...Legal!!!

EPISÓDIO 10 - A SELEÇÃO


Na Linha Batata sempre rolavam uns campeonatos de futebol suíço,segundo o André,futebol suíno, e como o lugar fica meio afastado,no meio do mato mesmo,os prêmios tinham assim, como vou dizer,um caráter um tanto rural:Porco de 50 Kg., porco de 100Kg, bezerro, boi, partida de mandioca...O Rebelo,que se considera o Pelé branco,deu a idéia de fazer um time para ganhar o bezerro,na verdade acho que ele estava de olho era na mandioca... Continuando,o plano era ganhar o tal bezerro,sacrificar o bichinho em um ritual de magia negra e fazer uma festa lá em casa,só que ele falava o tempo inteiro que só iria jogar “a seleção”,obviamente ele só dizia isso para não me deixar jogar,porque um time que tinha como principais jogadores o Pizzetti, o Ramiles e o Mil Posições dificilmente poderia ser considerado uma seleção.Mas ele tinha uma arma secreta,um ás na manga,o Dedo, irmão dele e mais um cara,boleiros de primeira qualidade.E a hora da estréia se aproximava e nada das armas secretas chegarem,foi providenciado um fusca caindo aos pedaços para ir buscar os craques.O Rebelo olhou para um lado,olhou para o outro e os únicos dois que poderiam entrar seriam eu e o Lokinho,ali naquela hora acho que ele imaginou o bezerro fugindo do curral,ele até pensou em jogar com menos dois,ou colocar um cara que não tinha uma perna para jogar no meu lugar,mas no final,por total falta de opções, acabamos entrando nós dois mesmo.
Primeiro tempo- Entram os esquadrões em campo,de um lado o “nosso” time,o Jaraguna, do outro o time do Andrézinho, que em nível de habilidade,técnica e domínio de bola poderia ser comparado ao time da A.A.C.D. (Associação de Assistência a Criança Defeituosa).O jogo corria normalmente,com chances de gol desperdiçadas por ambos os lados,jogo difícil, o Lokinho,atuando como centroavante avançado,bem avançado mesmo,praticamente dentro do gol, perdia gols que até uma ameba com síndrome de Dawn faria.O Rebelo,nervoso, já estava arrancando os cabelos (por isso hoje ele não tem quase nenhum) .
Intervalo- Todos reclamando,injustamente, dos gols que eu e o Lokinho estávamos perdendo,e eis que chega o fusca com os craques.O Rebelo abriu um sorriso que ia de orelha a orelha e ficava dizendo”- Agora que esses dois perebas vão sair esse bezerro já é nosso”.O jogo estava 0X0...
Segundo tempo- Três minutos de jogo, 1x0 para a A.A.C.D. Resultado final: 2x0 para eles,fora o vareio e o Jaraguna estava eliminado logo no primeiro jogo , não ganhamos nem um mísero pintinho,quanto mais o bezerro.
Parece que a seleção não era a que estava dentro do campo e sim a que ficou o segundo tempo inteiro vendo o jogo do alambrado, pois não nos deixaram nem ao menos ficar no banco... Bem feito.

EPISÓDIO 9 - AS FESTAS DA BATATA


Parágrafo um: Baga tô legal-Eu já deveria saber que as festas lá em casa não iriam dar certo logo de cara, mas como o veneno já tinha se apoderado da minha mente e me transformado em um individuo mentalmente prejudicado, não percebi nada.
Enquanto estávamos todos na sala ouvindo Racionais e Dead Kennedys, o Baga ficava ao lado da geladeira com uma lata de Belco em uma mão e um copo de Katyucha na outra. Não demorou muito tempo e o dito cujo já não conseguia nem articular mais as palavras,mas mesmo nessa situação deplorável insistia em ir conosco até a Batata Night Power (Um clube conhecidíssimo,de fama internacional).Mas a rua era uma subida,agora imaginem só alguém com o rabicó cheio de vodka,daquelas de garrafa plástica,tentando subir um morro!Mas o mais engraçado é que a única coisa que ele conseguia falar era: ”Tô Legal”. Um dos efeitos da Katyucha é este,faz o vocabulário do cristão regredir ao de um bebê de dois anos de idade.Toda as vezes que ele dizia “Tô Legal” acontecia uma destas duas coisas:Ou ele caia ou chamava o Hugo.Bom, naquela noite ele disse “Tô Legal” umas 235 vezes,a casa ficou com um cheiro horrível...

Parágrafo dois: A galinha ninja-Depois desta o Baga regenerou e passou a beber normalmente como toda a galera (3 cxs. De cerveja por semana).As festas já estavam ficando chatas quando para a felicidade geral da galera entra em cena o Lokinho, que não tem esse nome impunemente.Quem já viu o filme “O Exorcista” e ficou com medo não viu nada,aquele dia foi muito mais assustador.
Depois de beber quase um litro inteiro,sozinho,de Chivas Paraguaio o Lokinho começou a se debater e falar uma língua estranha,uma espécie de Chinês misturado com Alemão e uma pitadazinha de sotaque Cearense.Uns quatro caras tiveram que segurar o possuído e o Rodrigo,irmão do Rebelo,desenhou uma cruz em um papel de pão e em cada ponta escreveu alguma coisa religiosa,tipo:Deus numa ponta,espírito santo em outra...Colocou a cruz no peito do Endomoniado e começou a rezar, no estado etílico que a galera estava foi demais,todo mundo caiu na gargalhada,mas por algum motivo deu certo.Até hoje ele é conhecido por Cruz ou Padreco!
Tudo bem, o demônio já havia deixado o corpo do Lokinho mas ele ainda estava muito louco e não conseguia nem ficar sentado na cadeira sem cair para o lado,então o Marcelinho,que como já foi dito aqui é um cara muito sensível e gentil,amarrou o pé de cana na cadeira com a mangueira do jardim,daqueles cor de laranja.Enquanto estávamos todos nós bebendo,comendo um churrasco e “otras cositas mas” o Lokinho estava amarrado na cadeira,bem quietinho...
Quando começou a amanhecer ele começou a gritar para a gente desamarra-lo porque ele estava vendo um macaco pulando de galho em galho e uma galinha ninja arando a terra no quintal da Ariane,que dava para os fundos da minha casa.Mas naquela hora da manhã,aconselhados pelo Velho Barreiro e pelo Conhaque São João da Barra (O conhaque do milagre) todo mundo levou a sério e acreditou,tal o tamanho do estado de degeneração mental da galera.Entramos todos para dentro de casa,fechamos as portas e as janelas e ficamos assistindo “The Doors” no vídeo. Enquanto isso o Lokinho ficava torcendo o pescoço do Churrasco,o meu gato,ele dizia que estava fazendo carinho mas pelos gritos que o gato dava acho que ele não estava concordando com essa afirmação!Depois vieram muitas outras festas e muitas outras histórias,como a vez em que o Ramiles,vulgo Dick Vigarista, fez o Shell cabeludo pular pela janela.O Shell estava no quarto catando grilo com uma menina na minha cama mas o Ramiles estava afim dela também então ele pegou uma faca,que mais parecia a espada do olho de Thundera,e apareceu gritando e sacudindo a faca no quarto,quem viu garante que naquele dia o Shell saiu voando pela janela,nem chegou a tocar no chão.Era o passarinho de bunda mais branca da história...

EPISÓDIO 8 - A MUDANÇA PARA A BATISTA


Por motivos de força maior, (não agüentei o frio) fui passar o inverno em São Paulo/SP e quando voltei, já descongelado, tive que ir morar na Linha Batista. Foi à revolução da cerveja.Todo sábado tinha festa, começava mais ou menos as 20h00min hs com a casa toda aberta e a musica no ultimo volume. Mas quando amanhecia todas as janelas e porta eram fechadas e não se ouvia nem um pio, mas todo mundo continuava lá dentro. Os vizinhos pensavam que éramos vampiros. Estranho, muito estranho.

EPISÓDIO 7 - O CORSA DO SEU ZÉ


O viado do Marcelinho vendeu o fuca e comprou uma moto, deixando assim Eu e o Rebelo na pernada. Isso nos obrigou a fazer uma coisa vergonhosa, que não aconselho a nenhum jovem, roubar o “corsa” do seu Zé, o pai do Rebelo. Não era uma atitude vergonhosa porque estávamos roubando o corsa e sim porque o carro em questão era um Corcel I caindo aos pedaços, que só funcionava quando queria, porra se fosse um ômega!!! Nós esperávamos o seu Zé dormir, o Rebelo roubava a chave e eu e ele íamos empurrando o carro até na figueira, para não fazer barulho. Engraçado que quando o Rebelo ia recolocar o Corcel na garagem, muito louco de veneno, vinha com o dito cujo ligado, dando aqueles estouros que sós carros muito velhos dão, parecia bomba atômica ambulante, e o velho não acordava.

EPISÓDIO 6 - OS OLHOS VERMELHOS DO MARCELINHO


Como já foi dito aqui a Casa do Rock é um lugar com mulheres, como direi, assim, bem... Muito gostosas, e num inverno desses bem frios estávamos lá Eu, o Rebelo e o Marcelinho. Nós já devíamos ter tomado uns 100 venenos e estávamos, digamos assim. Com os neurônios de férias. Estava muito lotado e todo mundo que já foi no ROCK lotado sabe como é o roça-roça lá dentro. Uma gata das mais gostosas parou no nosso lado e Eu, totalmente sem intenção, enfiei a mão na bunda dela, o Marcelinho que tinha visto a cena começou a rir, mas eu, que ainda tinha um neurônio funcionando, fiquei olhando para cima, disfarçando a gata virou para trás, viu o Marcelinho às gargalhadas, e jogou um pouco de cerveja no rosto dele. O Marcelinho, um cara muito gentil, cavalheirescamente jogou todo o nosso copo de veneno que eu tinha acabado de comprar, na cara da gata. Galera, era vodka katiucha, em muitos países esse tipo de vodka, de garrafa plástica, é considerada arma química. A gata ficou cega na hora e nós escapamos de fininho.O olho do Marcelinho ficou com uma tonalidade vermelha sangue de nego, mas o olho da gata ficou bem pior, ela estava tão cega que umas duas horas depois parou ao nosso lado novamente e ficou dançando, sem perceber nada, os olhos dela pereciam o farol de santa marta, engraçado, mas ela estava ainda mais linda.Eu deveria ter passado a mão na bunda dela novamente!

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

EPISÓDIO 5 - O VENENO DO ROCK


Após o fechamento do Brasília o único lugar decente que sobrou foi à Casa do Rock, em Içara. Alias a cidade de Içara e o pedaço de terra mais chato da face da terra, se mundo tivesse cú seria ali. A cidade só serve para aumentar a distancia entre Criciúma e o mar. Voltando ao assunto, o Rock é um lugar legal, cheio de mulheres lindas e tal, só que no inverno lá dentro fica parecendo o polo sul, mesmo cheio até o teto, fica gelado, então eu e o Rebelo inventamos uma bebida deliciosa, o veneno; uma mistura de vodka katiucha com conhaque de maça, aquilo dava um calor dos diabos, dava vontade de ficar de cueca lá dentro e se deixassem nós ficávamos mesmo de tão bêbados. Naquela época a SKOL estava perdendo o efeito.

EPISÓDIO 4 - O FUCA DO MARCELINHO


A grande febre entre galera da Brasília era ter fuscas rebaixados e com películas, até porque ninguém nunca tinha mais do que o suficiente para encher a cara de cerveja e fusca sempre foi barato, vale menos que bicicleta.Eu e o Rebelo gastávamos todo o nosso dinheiro em SKOL e não tínhamos carro, quem tinha era o Marcelinho, o Gaiteirinho. Um Fusca azul desmaiado, de um tom indecifrável, rebaixadasso e fechado na película; O Rebelo além de ser cachaceiro ainda não comia ninguém e como o Marcelinho estava comendo uma loira gostosa do sete, amante do Angeloni, ele emprestava o “Fusca” para nós irmos ao ROCK.Todo mundo sabe que o inverno em Criciúma além de ser muito frio tem uma neblina desgraçada; com o carro fechado na película não dava para enxergar um palmo à frente do nariz (olha que o Rebelo tem o maior narigão) então o Rebelo colocava aquele cabeção para fora da janela e ficava que nem um mongolóide dirigindo, chegava do ROCK com a cara congelada. Tudo por uma SKOL; Mas eu ainda acho que aquele carro tinha piloto automático.

EPISÓDIO 3 - O JORNAL DA FIGUEIRA



Pouca gente sabe mas o protótipo de todos os programas de fofoca que existem hoje em dia começou aqui em Criciúma, mais exatamente embaixo da Figueira famosa do Bairro Brasília. Ali se reuniam repórteres que teriam lugar em qualquer jornal brasileiro, tal o nível de informação dos mesmos, com destaque para o nosso amigo Gateado, o maior fofoqueiro da historia do país, Nelson Rubens é o escambau!!!Geralmente chegavam primeiro o Rebelo e o Jorginho que moravam mais perto e ficavam falando mal do Lokinho, do Dunga... Depois chegava o Lokinho e ficavam os três falando mal de mim, do dunga, dos outros, depois chegava eu e assim por diante. Quem, por qualquer motivo, não pudesse ir a figueira naquele dia ficaria com as orelhas quentes e com as costas cheias de facas de tanto ser malhado. Mas o grande e verdadeiro motivo da existência do Jornal da Figueira sempre foi só um: Falar dos chifres do Dunga.

EPISÓDIO 2 - A SAIDEIRA DO PEIXOTO


Durante os dias a vagabundagem (ou seja,todos) nós ficávamos embaixo da figueira falando mal de quem ainda não tinha chegado lá, mas ao meio-dia e as cinco da tarde eu e o Rebelo tínhamos um ritual que hoje seria considerado assédio sexual ou pré-pedofilia: nós ficávamos embaixo da seringueira, na esquina das nossas ruas, Recife e Fortaleza, vendo, com olhos enormes e arregalados, a saída das meninas do colégio. Todos os dias sem exceção. Quando nos encontrávamos durante o dia um perguntava para o outro se já tinha comprado ingresso para a saideira do Peixoto; eram meninas de 12, 13 anos, uma vergonha...

EPISÓDIO 1 - A INICIAÇÃO




Sabe aquela historia de filmes Americanos em que o mocinho do interior chega à cidade grande e é aliciado pelos mal-elementos da metrópole? Então, a nossa historia começa exatamente assim, só que ao contrário!Rebelo, Jorginho, Lokinho, do rio, Bocudo, Galego, Rodi, Dick Vigarista... Lendo assim parece até a descrição de algum Jornal noticiando assalto de um banco por uma gangue barra-pesada do morro da caveira cabeluda. Pois foi essa gangue que eu, um rapaz tímido e sensível (porém macho), vindo de São Paulo encontrei em Criciúma.Meu destino provavelmente começou a ser traçado quando resolvi sair de São Paulo na quinta, para chegar a Criciúma na sexta, final de semana, dia de reunião da gangue no Brasília, um antro onde todo tipo de gente entrava, a nata da alta sociedade Brasiliense reunia-se no local, pessoas de vulto como: Peninha, Cabra, Zé Nelo, Mega, Melancio, Demá, sempre lá estavam.Nesse dia encontrei com meu amigo das antigas, José Ricardo, o Zequinha Rebelo, que me convidou para ir ao brasilia onde me apresentou Jorge e Marcelo, mal sabia eu que se tratava dos famigerados Jorginho (o Gateado) e do Rio, os maiores assaltantes de caminhões de doce do País, e meu amiguinho de infância, o Zequinha, tinha se transformado em Rebelo, Nesse dia fui apresentado ao maravilhoso mundo da SKOL gelada (bitola 5) e nunca mais fui o mesmo menino que fazia desenho para mãe e colava com imã na porta da geladeira.