sexta-feira, 23 de novembro de 2007

EPISÓDIO 36 - OS 300 DO POSTO SÃO PEDRO




Dizem que quem bate esquece rápido,mas quem apanha não esquece jamais...É a pura verdade.Sou prova viva (meio acabado,mas ainda vivo) da veracidade desse ditado.
Como individuo adolescente-jovem-bebâdo-de cérebro atrofiado e com a testosterona pingando da ponta do birro eu, assim como todos dessa idade, me achava invencível e indestrutível, não podia ver um amigo brigando que tinha que meter o bedelho (na boa, que porra é esse bedelho?) onde não era convidado.
Bati bastante, como na vez em que eu e o Rebelo pegamos um cara que estava brigando com o Pizzeti e “”Desossamos” o coitado.Aliás esse dia ficou marcado na história do bairro como o último em que teve carnaval no ginásio,depois dessa briga nunca mais teve. Ou seja, acabamos com o batuque chama-chuva no Circulo Operário...LEGAL!!!!!
Mas para não dizerem que só conto vantagem vou falar da vez que apanhei “Que nem um cachorro sarnento”.
Estávamos eu o Jorginho no posto São Pedro, 5 horas da manhã, tomando a saideira, vindos nem lembro de onde, quando o Jorginho diz que vai no banheiro. E eu lá tomando minha Skol distraidamente. Quando olho para fora vejo o cara engalfinhado com uns dois, e mais uns 298 dos lados esperando a vez para bater. Ok,talvez não fossem 300, eram “só” doze,mas mesmo assim doze contra dois é foda.
Na hora ainda lembro que pensei: “Puta que pariu, é hoje que vou para o caixão”. Eu sabia que iria apanhar e confesso que fiquei com medo de morrer,mas o código de ética do bairro Próspera não admite covardia e deixar um amigo apanhar sozinho seria impensável. Nunca mais ninguém olharia na minha cara.
Saí da loja de conveniência dando chutes para tudo que era lado, no primeiro soco que acertei na orelha de um maluco já me deram um chute que me jogou em um buraco de uns três metros que tinha do lado do posto e ainda teve um encapetado que desceu atrás de mim com uma cadeira de ferro e me encheu de cadeiradas na cabeça...filho da puta.
Consegui subir e entrei na briga novamente, me jogaram lá embaixo de novo e o desgraçado do cadeirudo me atacou outra vez,o cara era cadeirista profissional,só acertava na cabeça.Enquanto isso o Jorginho fazia o que podia para se livrar das garrafadas lá em cima.
Só sei que antes dos homens da lei aparecerem e levarem eu,o Jorginho e mais quatro da “gangue” deles para a delegacia me jogaram lá embaixo mais duas vezes e fiquei coberto de sangue.
E o Jorginho não sofreu um arranhão sequer!!!!
Em tempo, há duas semanas atrás o Jorginho levou um tiro no peito em outra briga,foi quase morto para o hospital e sete dias depois já estava no posto bebendo novamente,com a bala alojada no corpo.
Pô se eu soubesse que o cara é o Highlander eu não teria me arriscado a morrer daquela vez...

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