Mea culpa,mea maxima culpa.

Aqui em Santa Catarina antigamente havia o costume de “fugir”.A menina gostava de um cara,ao invés de casar lá de papel passado ela simplesmente fugia de casa e ia morar com o maluco.Os pais aceitavam porque se ela tinha fugido e passado a noite com o cara a “inocência’ da filha deles já tinha ido para as cucuias.Nunca mais ouvi falar disso,mas pra esses interiores por aí ainda deve ter.Eu passei por uma situação parecida a uns 13 anos atrás.

Namorava com uma menina e os pais dela,cobertos de razão aliás,não gostavam nem um pouquinho de mim.Não sei porque,mas não me dou bem com pais,até porque minha personalidade não ajuda.Não sou de ficar fazendo média pra conquistar a simpatia de ninguém.Voltando.Os pais dela me odiavam de verdade e faziam de tudo para nos separar.Até que um dia conseguiram.

Ela era Carioca e parte da família dela ainda morava lá naquela Babilônia.Encheram tanto a cabeça da coitada da menina que ela terminou comigo e resolveu voltar para o Rio.Tudo bem,terminamos quase civilizadamente.Nos despedimos e como eu estava solteiro de novo depois de um bom tempo saí pra balada,encher a caveira para esquecer o fora.

Quando chego em casa as 7 da manhã quem esta na minha porta com duas malas enormes?Pois é,ela tinha “fugido”.

Eu tenho uma certa ojeriza em fazer as coisas obrigado,e por mais que gostasse dela casar obrigado,sem ser por minha escolha,não me caiu bem.Não estava nem um pouco disposto a casar com 21 anos.Morava sozinho na época e mal tinha grana para pagar as contas da casa,mas tudo isso não é desculpa para as merdas que eu acabei fazendo.

Ela deve ter ficado um mês aqui em casa e comeu o pão que o Capeta amassou comigo.Até hoje eu não entendo como consegui ser tão ruim.Saia com outras meninas e deixava que ela descobrisse,a ignorava o dia todo e coisas desse tipo.Até que criei coragem e levei ela de volta para a Mãe.E eles a mandaram de volta para o Rio.

Nem vou pedir desculpas aqui,uma porque acho que ela não lê esse blog,outra porque certas coisas são imperdoáveis e o que eu fiz foi de uma covardia e de uma imbecilidade que,repito,não consigo entender como consegui fazer aquilo.

Tentei ligar para ela algumas vezes,mas a família dela foi eficiente em escondê-la.Sempre diziam que ela não estava e as cartas que mandei nunca soube se chegaram ou não.

Duvido que alguém um dia me ame com tanta força e de um jeito tão incondicional como ela me amava.E duvido que algum dia eu ame alguém tanto quanto a amei.

Não costumo me arrepender das merdas que faço,mas dessa eu vou me arrepender para sempre.