A morte lhe cai bem.

Há uns 10 anos aqui em Criciúma ainda existia o hábito de se velar a pessoa morta em casa.A pessoa morria e os parentes contratavam uma funerária que decorava a sala da residência com velas gigantes e coroas de flores bonitas ou não,dependendo da quantidade de dinheiro que o defunto havia deixado.Era por assim dizer a última “festa” que o morto dava em sua própria casa.Antes de se mudar para debaixo da terra.

No outro dia os familiares saiam as ruas carregando o caixão até o cemitério.Morar perto do cemitério era considerado legal nesses tempos,porque ninguém merecia carregar um caixão por quilômetros.

Todo mundo parava o que estivesse fazendo e saia na rua para ver passar aquela procissão meio desanimada.O caixão na frente,as rezadeiras logo atrás,no meio os parentes chorando e atrás os conhecidos e curiosos.Em um mês “bom” dava para ver até uns 3 defuntos passarem em frente a sua casa.

Eu tinha uma coisa estranha com velórios,enquanto as pessoas ficavam de longe do caixão fazendo a apologia e puxando o saco do morto eu sempre dava uma chegada lá na frente para ver o belo serviço que os papa-defuntos fazem.É incrível o trabalho das funerárias.A pessoa em vida era feia pra caramba,mas depois de morta virava galã de TV.Princesa de Mônaco.

Até hoje ainda acho que pessoas mortas são mais bonitas do que pessoas vivas.