terça-feira, 1 de março de 2011

Oh! Isto mata.

Como-vivo-na-Poesia A muitos e muitos anos atrás,em uma era distante quando eu era adolescente e ainda gozava dos privilégios de ter um coração, possuía um livro de poesias que gostava muito.Poesias ultra-românticas.Estava lembrando desse livro e de uma poesia em particular chamada “Oh!Isto mata”.

 

Como já me roubaram o livro faz tempo resolvi procurar a poesia no Google,afinal se não tem no Google não existe.Olha foi um trabalho para achar.Encontrei em um único lugar mas a formatação do texto esta toda errada.A poesia é linda e acho que vale a pena ser salva do esquecimento.Vou tentar reproduzi-la aqui.Provavelmente não vai ficar igual a original porque não tenho o texto todo,mas tentarei ser o mais fiel possível.

 

OH!ISTO MATA.

(Silvio Romero)

 

Não tenho forças para tanta luta

Luta de Arcanjo que se mais um raio

Do seio ardente se lançares caio

Que eu já não posso com teu meigo olhar.

 

Por ti sem vida,abandonado à sorte

Gosto das noites,que me causam medo

Gosto da rosa,que me espinha o dedo

Gosto de tudo que me faz chorar.

 

Carpindo mágoas que comprimo n’alma

Gemendo queixas de fatal desgosto

Não sei que névoa te passou no rosto

Não sei que sombras nos teu olhos vi.

 

Mandas que eu fuja,que não mais te adore?

Temes que um sonho revelado seja?

Queres que eu morra,que não mais te veja?

Pois bem,não temas,fugirei de ti.

 

De ti,de mim…Que pensarão as rosas?

Quando ao correr das virações macias

Das tardes frescas nas mansões sombrias

Me virem triste,lacrimoso a sós?

 

Oh!Isto mata…E que respondo as flores

Quando insensíveis a meu longo pranto

Disserem rindo,que é do teu encanto?

Que é da criança mais gentil que nós?

 

Talvez cuidasse que te amar pudesse…

Não que o teu nome nem sequer profiro

Foi te contado por algum suspiro?

Por algum astro,por alguma flor?

 

Quem é que veio devassar mistérios

Na gruta opaca do meu pensamento?

É falso,é falso o que te disse o vento

Mentiu a estrela que falou de amor.

3 comentários:

Fala que eu te escuto.